Antonia – Uma Sinfonia
Ser uma maestrina e reger uma orquestra sinfônica na década dos anos 30 não era tarefa fácil. A elite mundial jamais havia visto uma e, com o machismo nas alturas, não acreditava ser isto possível. Contra todas as resistências Antônia Brico (Christanne de Bruijn no filme “Antonia Uma Sinfonia” – Netflix), com muita determinação e resiliência, consegue se impor e ter o merecido sucesso. Algumas vezes conta com um pouco de sorte – como a ajuda de Eleaonor Roosevelt, primeira-dama dos EUA – 1933 a 1945 – defensora dos direitos humanos e da diversidade de gênero. Em uma, importante, parte do filme, baseado na história da sua vida, ela é ensinada por um dos maiores maestros do seu tempo: Karl Muck (Richard Sammel, no filme), alemão antiamericanista e machista em último grau. Após muito esforço dela ele passa a ser seu mentor. Uma de suas lições é que, para liderar uma orquestra ela, precisa se impor e reagir com força e ímpeto a qualquer subversão de músicos ao seu comando. É o que ela faz com um violinista que se rebela contra as seguidas repetições que ela impõe ao grupo para chegar à perfeição.
Fazendo uma analogia com as lideranças nas organizações e o que é propagado sobre elas, alguns episódios como este muito nos ensinam. É lugar comum que a liderança, quando verdadeira, é quase que inata. O líder não deve usar do seu poder para impor sua liderança. Quando isto ocorre entra em ação a figura do chefe e não do líder. No entanto é nas grandes tempestades que surgem os grandes marinheiros. Em alguns momentos o verdadeiro líder sabe também como se impor, sabe como conter uma rebelião que questione sua autoridade e, eventualmente, o objetivo da tarefa ou da empreitada. Portanto, é bom não confundir uma liderança Gandhiana com aquela de “pulso forte” que muitas vezes se faz urgente para que o projeto e/ou a empresa, não fracassem.
Quanto ao filme, recomendo!