Gustavo Bebianno – Uma homenagem
Conheci Gustavo assim que formei meu grupo Vistage, em 2009. À época atuava como advogado no escritório de um importante escritório de advocacia no Rio, Sergio Bermudes. Por conta de nossas reuniões individuais passei a conhecê-lo e admira-lo. Personalidade reflexiva com um idealismo bem temperado com doses certas de pragmatismo.
Quando saiu do grupo, mantivemos contato. Vez por outra conversávamos e trocávamos ideias sobre vida, trabalho, negócios, pessoas e cavalos. Como lutador, quase profissional, de Jiu-jítsu aprendeu a lidar com as dificuldades, esmerar-se pelo seu melhor e, sobretudo, respeitar o adversário. Por volta de setembro de 2017, ano anterior às eleições de 2018, chamou-me para um café. O assunto era a candidatura do Bolsonaro. Conversamos sobre as dificuldades que o Brasil passava e o quanto ele acreditava precisarmos de um político que pudesse incorporar uma oposição ferrenha à falta de segurança e à corrupção. Entendia ele que esta pessoa seria o então deputado Bolsonaro. Importante frisar que à época, o capitão não passava de um transloucado deputado do baixíssimo clero, defensor da ditadura, contra os homossexuais e que acreditava que lugar de mulher era atrás do fogão. Nossa conversa tinha como objetivo convidar-me para ajudar o capitão a entender um pouco de economia já que precisaria estar mais afiado sobre o tema que,
certamente, seria muito explorado na campanha. Declinei do convite mas alertei-o para como, via de regra, funcionava uma campanha bem sucedida onde a regra – infelizmente – é que os primeiros entrantes caem brutalmente de importância, ou são excluídos, quando o candidato sobe nas pesquisas e, principalmente, quando sai vencedor. Sai daquele café com a certeza do quanto ele acreditava nas boas intenções do capitão e do como ele, Bebianno, achava ser possível levá-lo ao pódio! Um verdadeiro visionário! O resto da história é do conhecimento de todos. Pessoalmente assisti “de camarote” sua asquerosa fritura o que depois, tornou-se regra no atual governo. Saiu, mas saiu de cabeça erguida. Após tudo isso, estava triste. Dizia sentir uma imensa sensação de vazio. Mas como um excelente lutador, voltava ao tatame desta vez para tentar a prefeitura do Rio que ele tanto amava. Tínhamos uma reunião de campanha agendada para a próxima quinta-feira. Dizia para ele que seu único defeito, como carioca, era ser botafoguense. Gostava dele…Uma pessoa do bem. Um político promissor que ainda faria muito pelo Brasil e pelo Rio de Janeiro! Uma morte precoce. Uma grande perda!
Cláudio da Rocha Miranda