O patrão o motorista particular e a sorte
Sorte ou a falta dela desde sempre foram objeto de grande desejo ou preocupação na vida e nos negócios das pessoas. Os mais adeptos ao sobrenatural ou os mais supersticiosos creem numa combinação de números, amuletos, cartas e outros balangandãs. Para os mais céticos a sorte nada mais é que uma combinação, nada poética, de preparação, trabalho e suor com oportunidade.
A despeito desta milenar discussão existem muitas histórias que dão um pouco de razão ao primeiro grupo.
Uma das que me foi contada é a de um empresário muito famoso e bem-sucedido que precisou contratar um motorista particular. Como ele iria servir a ele e, também, sua família, o critério de seleção foi rigorosíssimo e comandado pela Head de RH de sua empresa. Além de testes psicológicos, dentre os quesitos para seleção estavam o tempo de experiência e recomendações,
Após quase um mês de procura lhe foram encaminhados três motoristas, para sua avaliação e escolha.
Como seu sucesso sempre foi alicerçado pela escolha de excelentes quadros, ele fazia questão de dar a palavra final em qualquer contratação.
Após conversar com os candidatos pré-selecionados, ele escolheu o Sr. Lourival. Sorriso franco, 55 anos, casado, pai de família, experiência de 20 anos trabalhando para uma família que se mudou para a Suíça, razão pela qual ele estava disponível para esta oportunidade.Começou numa segunda-feira e na quinta da mesma semana, parou num sinal e foi abalroado na traseira por um carro cujo motorista estava mexendo no celular e não viu o sinal fechar. Amassou bastante a traseira do carro. Guarda de trânsito, boletim de ocorrência feito e lá se foi o Sr. Lourival com o carro para casa após ter ligado para o patrão explicando o ocorrido e sua inexistência de culpa.
A semana passou, o carro saiu da lanternagem e vida que segue. Na manhã de uma terça-feira, voltando da escola onde deixou a filha e a sobrinha do patrão, Sr. Lourival passa num cruzamento e sofre uma batida de um carro que avançou o sinal. Novamente, guarda de trânsito, boletim de ocorrência e mais quinze dias com o carro no conserto. Nenhuma dúvida que o Sr. Lourival nada havia feito de errado.
Antes de completar dois meses foi levar o empresário a uma reunião e combinou com ele que guardaria o carro no estacionamento do prédio. Enquanto o aguardava dentro do carro, o manobrista do estacionamento dá uma ré e amassa toda lateral.
Ao sair da reunião o empresário dirigiu-se a garagem, conforme o combinado, e encontra seu motorista cercado de curiosos analisando o ocorrido.
No dia seguinte, o empresário chama o Sr. Lourival e explica-lhe que apesar do pouco tempo passou a gostar muito dele, mas que precisava de um motorista que além de bom, como ele, tivesse sorte!
Histórias como esta existem muitas. Particularmente acho que trabalho e preparação quando associados à oportunidade são excelentes propulsores do sucesso, mas sem uma dose de sorte de nada adiantam!