O ministro "eu não disse?"

Em minha vida empresarial e executiva aprendi, desde logo, que não existe negócio bom com gente ruim por melhor que ele possa parecer.  Por essa razão sempre me intrigou o que havia levado Joaquim Levy, um técnico já renomado pelos bons serviços prestados e ocupando um cargo de destaque na iniciativa privada, assumir uma posição de tão alta expressão num governo de tão baixa reputação. Alguns acreditam que foi porque, o Trabuco (Presidente do Bradesco) “mandou”. Outros colocam na conta do seu forte sentido de “missão”. Particularmente, não creio em nenhuma dessas duas hipóteses.

Independentemente da pergunta sobre o por quê ou dos por quês dele ter aceito o convite cabe outra, de cunho bem mais pragmático. O que o fez permanecer no cargo? Ao aceitá-lo pressupõe-se que ele tenha conversado com a presidente sobre seus objetivos, limites e alçadas. Ora, era de se esperar que na primeira,  ou no máximo na segunda vez, que fosse  fosse desautorizado,  pedisse o seu chapéu para ir embora. Talvez porque não mais se usam chapéus, isso não aconteceu. O ministro, com sua voz fina e desafinada, ficou pregando o óbvio no deserto . Sem apoio – da presidente, do PT, do Lula, do congresso e levando “fogo amigo” todo o tempo de seus colegas mais próximos (Ministro Barbosa – do planejanento, por exemplo) – faz tempo que sua permanência  no governo ficou inviável.

Tenho uma visão mais crítica a respeito do ainda ministro, Joaquim Levy. O que o fez a assumir  este enorme desafio foi um misto de ingenuidade e de vaidade.  Será que não contaram a ele que a conjuntura atual brasileira não se soluciona com propostas de medidas econômicas, apenas? Por mais corretas que sejam (e que aliás, nem todas foram)? A sensação que tenho é que o ”ainda”  ministro Levy, vai entrar para a história como o ministro “não disse?!”. Não disse que não podia fazer isso? Não disse que tinha que fazer aquilo?

Ministro, a culpa pelo que aí está, definitivamente, não é sua. Os de bom senso, sabem disso. Mas se pudesse aconselhá-lo, numa  próxima vez, seja menos egocêntrico. Egocentrismo é muito comum ocorrer mas quando em demasia, nos destrói.

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