Minha atuação na área acadêmica

Recentemente pesquisando informações de conteúdo para revisão de meu perfil nas redes sociais me dei conta que deste 1976, no semestre seguinte ao da minha formatura, leciono. Assim que me graduei em economia na Universidade Cândido Mendes de Ipanema, em 1976, fui convidado a lecionar naquela escola as disciplinas de Política e Programação Econômica, Microeconomia e Indrodução a Economia. Nesta Universidade cheguei a professor titular do departamento de economia.

Em 1977 iniciei o meu mestrado na COPPE – UFRJ em Engenharia de Produção. Minha tese de mestrado data de 1979. Por conta de uma disciplina eletiva – Economia da Saúde que propus ser incluída na grade eletiva da graduação na Universidade Cândido Mendes, fui convidado a ajudar na confecção do MBA de Saúde da FGV. Nesta escola atuo desde 1998 como Professor convidado nos MBA’s de diversas áreas nos quais leciono as disciplinas de Governança Corporativa, Negociação, Gestão de Operadoras Saúde e Economia. Tenho muito orgulho e prazer de, em minhas aulas, compartilhar com meus alunos muito da minha experiência enquanto empresário e executivo. Abaixo, apresentarei um resumo de cada disciplina.

"Sucesso a realização da 1ª Jornada de Saúde da Fundação Getúlio Vargas, sob a competente coordenação técnica de Cláudio da Rocha Miranda - CRM CONSULTORIA tendo ela, sido decisiva para o início e posterior consolidação dos programas de MBA em saúde da Escola."
Prof. Moysés Glat
Coordenador dos Programas de MBA

Negociação e Administração de Conflitos

O sucesso de uma organização é cada vez mais alcançado por conta das características/habilidades pessoais de quem está no seu comando. Muitas delas são, por vezes, difíceis de serem percebidas, mas facilmente refletidas nos resultados da empresa. Visão, senso de oportunidade, equilíbrio emocional, capacidade de inovar, de pensar fora da caixa, de motivar, de liderar pessoas e de negociar, são algumas delas.

Dentre estas, uma das mais, se não a mais importante habilidade é a capacidade de negociar. Naturalmente que o gestor que possui ou desenvolveu essa ferramenta, costuma ter mais sucesso. Saber perguntar, escutar, perceber o estilo e o gestual de seu interlocutor, por exemplo, são habilidades de fundamental relevância no ambiente empresarial e nos negócios, em geral.

Para melhorar a performance do gestor, a sugestão é “mergulhar” neste assunto. A boa notícia é que ele é tão importante quanto fascinante! Mais que isso, poucos aprendizados nos permitem obter tantos bons resultados, de imediato, quanto o “saber negociar”. Vale a pena!

Governança Corporativa

“Conselho de Administração é um órgão estratégico colegiado com pesos e contrapesos pelo qual as sociedades (as empresas) são dirigidas e monitoras permitindo maior transparência para os controladores, credores e demais stakeholders”
12 Dicas para Formação de um Conselho de Administração
  1. Não deixe para formá-lo somente em momentos de crise;
  2. Longevidade da empresa: é necessário ter um sponsor de peso com disposição para “esvaziar a tinta de sua caneta”;
  3. Para contratá-los, headhunters: “Evite amigos, conhecidos e indicados”;
  4. Para não esvaziar a iniciativa, traga membros externos e independentes – não necessariamente do mesmo setor;
  5. Conselheiros com independência financeira: importância de poder dizer o que acha sem que nada tema;
  6. Alinhamento de questões societárias: “não existe negócio bom nem com sócio, nem com sociedade ruim”;
  7. Conselheiros ativos: devem participar do Plano Estratégico da Organização;
  8. Pauta das reuniões: “elas precisam ser regulares e formais”;
  9. Conselheiro de Pijama: trocá-los de tempos em tempos;
  10. Conselheiro não é consultor;
  11. Conselheiro: Cuidado com o Bônus (foco LP) / Executivo: foco no Bônus (visão de Curto Prazo);
  12. Órgão estratégico, não tático: “não é o local para se discutir, a cor que deve ser pintada a parede”.

Mercado e Operadoras de Saúde

O Estado das Artes da Saúde

É, mais que nunca, fundamental rediscutir o papel do Estado e da iniciativa privada na economia e na Saúde. A pandemia evidenciou a importância do SUS e, em especial, sua precariedade. Destacou também a importância do setor privado para assistência à saúde de parcela da população. 

O mercado privado, ainda às voltas com algumas questões especialmente aquelas relacionadas ao avanço da verticalização e do formato de remuneração aos prestadores de serviços por parte das operadoras, dá sinais de melhoria. Fusões, aquisições, abertura de capitais (IPO) e investimentos em startups frequentam o dia a dia do noticiário econômico.   

A questão que permanece é se este mercado privado é complementar/suplementar ao SUS, como prevê a constituição, ou substituto. Cada vez mais caminhamos para a oferta de uma medicina de boa qualidade para quem tem acesso aos planos de saúde (cerca de 25% da população brasileira) e uma outra de qualidade muito ruim para os outros 75%, a maioria da população.

A evolução, realidade e tendências do mercado de saúde no Brasil além de fatores relativos à gestão das operadoras de saúde e, por extensão, dos prestadores de serviços são de fundamental importância para a compreensão deste setor.

Economia

Apesar de nossa vida, desde seus primórdios, ter como um dos principais alicerces para a sobrevivência e o desenvolvimento da espécie, a troca e suas motivações nunca foram simples de serem compreendidas. Corrobora esta tese o que se fala do lendário Winston Churchill – primeiro-ministro do Reino Unido – à respeito. Dizia ele ser capaz de entender praticamente tudo, mas que não havia meio de compreender a Economia. Churchill complementou este pensamento dizendo que, apesar disso sabia que fuzilar o presidente do Banco da Inglaterra, o Banco Central daquele país à época, seria uma excelente medida para a melhoria dos negócios e, consequentemente, da economia. Outra passagem interessante sobre Economia é a do pecuarista brasileiro Sebastião Ferreira Maia – o Tião Maia. Segundo contam, quando ele queria entender algo sobre o que estava se passando na economia e que afetava os seus negócios reunia alguns dos melhores economistas e pedia para que lhe explicassem o que estava ocorrendo. Dizia ele que “quando estava quase entendendo tudo estes mesmos economistas diziam: “…mas por outro lado…”. Era a senha mágica para que, a partir daquele momento, dizerem tudo ao contrário do que tinham acabado de explicar. Por essa razão, para o bem-sucedido pecuarista, economia era a ciência do “por outro lado…”. Ainda sobre ele, certa vez respondeu a um ministro da fazenda, quando indagado sobre como fazia para ter sucesso seus negócios: “faço o que todos os governos deveriam fazer: nunca gasto mais do que ganho…”.

Alfred Marshall, economista de Cambridge de grande influência acadêmica na Inglaterra e nos EUA, entre 1880 e 1920, dizia que a Economia nada mais era que o estudo da humanidade no que se refere aos negócios normais da vida.

O hermetismo do linguajar dos economistas é outro ponto que reduz a compreensão daquilo que falam. Aliás, diga-se de passagem, isto não é privilégio dos economistas. Os médicos, os advogados também confirmam esta tese. Todos gostam de serem vistos como uma classe superior cuja linguagem não está ao alcance do cidadão comum.

Não bastasse uma linguagem hermética ainda discordam muitíssimo entre si. Se você quiser não saber a gravidade daquilo que está ocorrendo basta obter uma grande variedade de diagnósticos e tratamentos, basta ir a dois ou mais médicos. Da mesma forma se quiser ter opiniões divergentes sobre políticas públicas ou referentes à sua empresa consulte a mais de um economista. Boa parte disso é decorrente de variações ideológicas e políticas. Mas, não é só. O viés é também um fator relevante. Dificilmente um profissional que trabalha para um grande banco vai ter uma opinião semelhante a outro de um sindicato trabalhista.

Isto tudo é facilmente compreendido quando percebemos que o caldo da análise econômica é constituído por variáveis, sociais, políticas, culturais, psicológicas e, sobretudo, comportamentais. Isto tudo faz com que os diagnósticos dos fenômenos ocorridos na economia e na sociedade fiquem menos claros e, por conseguinte, a terapêutica muitas das vezes, seja falha. Hoje uma das áreas que mais cresce no estudo da economia é a economia comportamental. Ela tenta explicar os fenômenos econômicos com base no oposto de todo o arcabouço que fundamentava esta ciência, até bem pouco tempo: a racionalidade do produtor e, sobretudo, a racionalidade do consumidor. Hoje isto caiu por terra! Está mais que comprovado que o consumidor age de forma muito pouco próxima daquilo que se esperava dele enquanto agente racional e em cuja lógica, toda a ciência foi desenvolvida.

Finalizando, diz-se que uma das grandes vantagens de se conhecer, ao menos um pouco de economia é não ser enrolado por um economista. Particularmente eu concordo com esta afirmação. O objetivo de nosso curso é, portanto, a apresentação de um formato sistêmico do funcionamento do sistema econômico dentro do qual a economia da empresa está inserida

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